terça-feira, 6 de junho de 2017

Minhas histórias:

Rádio, margarina, banha...

(João Lemes) Não gosto de falar que as coisas de hoje não prestam e nem que as do passado é que eram boas. Gosto é de comparar a mudança galopante e que nos faz viver em função do que a mídia diz. Assim como certas coisas do passado não prestavam, muitas de hoje também não prestam. A diferença é que hoje se pode escolher num mar de opções.

Pra vocês terem uma ideia da maleza em que eu vivi quando criança, dou um trailer. Lembro como se fosse hoje do primeiro rádio (aliás, aí está a foto dele). Lembro dos primeiros programas que ouvi, das primeiras músicas...

Lembro de quando chegou a tal margarina. Minha nossa! Seria o adeus à banha no pão. Ainda sinto o gostinho! Chamava a gurizada pra ver. E quando minha tia virava as costas a gente comia de colher. Sim, de colher porque estava dessorada devido a um simples e óbvio motivo; não tínhamos geladeira.

Também recordo dos dias de carneança de porco. Como aquilo dava serviço! Nem tanto para mim, que era muito piá. Eu só esperava aflito pela bexiga do bicho para poder enchê-la e jogar futebol.

Outra coisa boa era comer torresmo quente com polenta, apesar das orientações dos mais velhos de que tal comizanha era um perigo pras lombrigas. Elas poderiam brigar querendo mais e isso daria um revertério na "buchada", como diria o tio Valdomiro.

Mas pera aí. Não deu vontade de perguntar como a gente fazia com a carne do porco, se não havia geladeira? Ora, fritava tudo e guardava os pedaços mergulhados nas latas de banha. Duravam por meses... Hoje tudo é bem mais prático e nem banha mais a gente usa. Eu não como nem margarina. Descobri que é uma peste para quem tem colesterol elevado...


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